sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ser belo não significa ser inteligente.

Por que uma pessoa deve ser bonita? Não sabemos. Quando surgiu essa necessidade, também não podemos afirmar, mas acreditamos que ela acompanha a humanidade desde os primeiros tempos.
O que muda é o padrão, de acordo com a época, com a cultura vigente, mas é sempre uma beleza associada ao poder. No Renascimento, os padrões de beleza eram as gordas de Botticelli, cujas formas arredondadas e pele alva eram fruto de ócio: mulheres ricas não precisavam mover uma palha, assim, não correriam o risco de ficarem magras e queimadas de sol (características hoje muito bem quistas pelo padrão vigente).
Dizem que o ser humano busca instintivamente a beleza e que ela é associada a simetria e ao equilíbrio. Porém, não sabemos se a maioria dos belos que conhecemos são equilibrados.
Mas, você ainda esta se perguntando sobre a necessidade de ser bonito. Afinal, hoje, quem não é lindo? A beleza não mora mais numa delicada mecha de cabelo (cacheado ou liso) que cai sobre um olho. Ela é perfeita, quase robótica e com pouca ou quase nada de inteligência, mas é linda. Ao menos na TV, nas revistas e nas páginas da web.
Mas essa é uma beleza para consumo, pronta e etiquetada. Uma beleza asséptica e insípida. No dia a dia, na vida real mesmo, a beleza compreende uma série de atributos que vão além de uma pele imaculada. Atributos que nenhum Photoshop é capaz de criar.
Talvez seja essa a razão da beleza de capa de revista ser tão perfeita: é seu único recurso. É preciso exagerar, maximizar as qualidades a ponto de criar um belo intimidador para conseguir impressionar.
O “belo Photoshop” não consegue captar a poesia um sorriso desalinhado. A singularidade de cada sarda sobre o colo.
Uma bela foto, por mais bela e perfeita que seja, ainda assim, não possui cheiro, nem flutua no ar por alguns segundos como uma gargalhada.
Pense nas pessoas mais bonitas que já conheceu: na escola, no trabalho, no ônibus ou na rua. O mais lhe chamou a atenção, com certeza, foi a singularidade daquela beleza. O que havia de único e especial nela. E mesmo assim, haverá quem discorde de seus critérios.
O belo é muito mais complexo, pois envolve subjetividade.
Se é preciso ser bonito? Não. Sim.
O que posso afirmar com certeza é que não importa quais sejam as suas características físicas, mas inteligência e cultura são requisitos fundamentais a qualquer cidadão.

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