sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sinais

Você já parou para pensar como são difíceis as tarefas do dia a dia, de uma pessoa que utiliza a linguagem de sinais (Libras).Tarefas que para ouvintes são simples, como pedir alguma informação na recepção da maioria dos estabelecimentos comerciais, podem ser um desafio para alguém surdo. Por que isso acontece? Segundo Carlos Skiliar, “é comum definir a comunidade surda como uma minoria lingüística, baseando-se no fato de que a língua brasileira de sinais é utilizada por um grupo restrito de usuários” (A surdez, um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2001. p.22). Sendo assim, ainda é raro que funcionários de vários estabelecimentos que estão em contato direto com o público tenham também domínio de LIBRAS, e o que é mais interessante, em muitas escolas (claro que há exceções) opta-se por estudar como segunda língua o inglês ou o espanhol, mas a Língua Brasileira de Sinais não aparece nos currículos regulares, mesmo as que tenham surdos estudando com ouvintes…
Será uma utopia crer que um dia (não muito distante) essa situação irá mudar? Onde está a intervenção efetiva da escola com seu papel de formar cidadãos dignos e participativos? É ainda muito difícil observar a real integração de surdos no ensino público com o compromisso de socializar ou estreitar o relacionamento surdo-ouvinte. Por que essa relutância? Há escolas em que alunos surdos no Ensino Fundamental estudam em salas de ensino regular com alunos ouvintes, tendo um intérprete durante as aulas - mas é só! Não há preocupação em mobilizar toda a comunidade escolar (diretores, coordenadores, alunos e professores ouvintes e demais funcionários) para aprender esse idioma. Nós mesmos fazemos uso de gestos naturalmente ao conversarmos e essa gesticulação no nosso cotidiano faz parte do vocabulário da LIBRAS, apesar de não notarmos. Mesmo sendo aceitos na escola regular com a proposta de estarem incluídos como grupo, os surdos ainda estão excluídos dentro da escola.
Infelizmente ainda estamos muito longe desse ideal, na medida em que parentes de surdos, diretores e professores preferem aderir ao ouvintismo e insistentemente oralizar os surdos, privando-os do direito que têm de viver e participar das atividades usando o seu idioma característico. Quem sabe acabam se dando conta de que LIBRAS não é uma língua estrangeira, que os surdos não são turistas de passagem pela escola e têm sim o direito de estudar num ambiente em que todos são responsáveis direta ou indiretamente por sua educação, ao invés de continuar com as atuais práticas ouvintistas excludentes.

2 comentários:

Anônimo disse...

É muito complicado essa lingua de sinais...Isso deveria estar nas salas de aulas, porque assim, todos poderiam aprender um poko, diminuiria a resistencia disso....Mas poxa, agr eu sei como é meio complicado isso...

PS: reggi, andei sumido mesmo amiga, mas é porque to tão atarefado na universidade, nem no msn eu entro mais....

Não esqueci de vc naum, naum se preocupe, mas é isso mnesmo....quanto ao Blog, mt bom, e sabe, ele ´passa um relaxamento viu,,,....Bjão grande e se cuida!!!!

mundo azul disse...

Você tem razão... Se fosse ensinado nas escolas, seria melhor assimilado.
Mas, minha amiga, nem as matérias do curriculum são ensinadas direito...Quem sabe, um dia...

Beijos de luz e o meu carinho!!!